segunda-feira, junho 20, 2005

Palhaçada, Tom Zé

É raro que eu escreva algo a la diário aqui, mas essa preciso contar.

Imaginem que quinta-feira passada fui ao show de Tom Zé. É isso mesmo, fui assitir ao Tom Zé. Obviamente não conhecia nada do cara e, já que estou numa fase apta a expandir meus horizontes, resolvi ir ver a apresentação dele no SESC São Carlos (os mais vivos já devem ter sacado que pra eu fazer isso tem que ter, pelo menos, o dedo de uma mulher na história né?).

Enfim, voltemos ao show.

O evento estava marcado paras começar as 21hs, porém deu aquela típica atrasada tupiniquim e começou lá pelas nove e meia. Tom Zé e sua trupe entram no palco caracterizados como mendigos. O artista está lançando seu mais novo disco "Estudando o pagode" e o tema musical da noite tratava, de modo geral, das injustiças cometidas contra as mulheres e sobre os infortúnios da dominação americana e, quiça, do 1° mundo sobre nós. Infelizmente o som não estava lá aquela coisa, o que dificultava a compreensão das letras. Mas consegui captar alguns trechos que até me agradaram.
Porém, eis aqui a razão de eu estar escrevendo tudo isso.
Em certa altura do show, Tom Zé pára tudo e se indispõe com um pequeno grupo da platéia que, aparentemente, estava vaiando e homenageando a sua mãe.
Tom Zé chama esse grupo de "moleques", pergunta se "isso aqui é um show ou uma palhaçada"...enfim, se indigna (até aí beleza, direito dele em ficar puto, apesar de eu achar que pela estrada que ele têm, podia ter contornado a situação com mais traquejo).
O show continua e algum tempo depois (infelizmente não presenciei, mas ouvi dizer que aquele pequeno grupo continuava com os elogios à mãe de Tom Zé) Tom Zé pára novamente o espetáculo. Dessa vez, visivelmente descontrolado brada à multidão: "como vocês, 800 ou 3000, não conseguem controlar meia dúzia de moleques?" "porrada".
É minha gente.
Acreditem ou não, mas aquele velho senhor, Tom Zé, baiano, dito músico popular brasileiro, crítico ferrenho da super dominação anglo-saxônica sobre os tupiniquins, porta voz do direito das mulheres, dos fracos e oprimidos, crítico da manipulação das massas pelo capitalismo selvagem não teve o menor pudor em vestir a roupa da hipocrisia e incitar a violência em seu espetáculo. Previsivelmente, começou uma agitação entre os "prós-Tom Zé" e os "anti-Tom Zé". (Nem em show de punk rock presenciei isso. Aliás, pelo contrário, quando a platéia "esquenta demais as bandas sempre buscam acalmar os ânimos e pedem respeito e paz. Mas, é claro, Tom Zé não vai à shows de punk rock).
Em poucas palavras: feio, lamentável, surreal. Mais surreal porque a platéia era composta por inúmeras famílias e por crianças. Essas trataram de se retirar (com toda razão) logo após esse espetáculo deprimente.
Agitação feita, a segurança do SESC rapidamente tratou de controlar os elementos que estavam impedindo a pax local.
Mas o surrealismo não acaba por aí. Após, ter notadamente estragado o clima do show, Tom Zé insinua o fim do espetáculo chamando sua trupe ao centro do palco aonde simulam um agradecimento coletivo. Como de esperado, a multidão que tinha desembolsado seu $$ começou a gritar: Fica! Fica! Fica! (manipulação? domínio das massas?). É claro que o velho malandro continuou. Finalmente, no final do espetáculo, o auto proclamado anti-americano e anti-capitalista, canta um "jingle" pedindo que o público o ajude comprando seu disco. Só faltou o óleo de peróba. Putaqueopariu.

É isso a música popular brasileira?

sexta-feira, junho 03, 2005

Bem meu bem

Não quero mais

Essa vida morna

O tempo passa amor

E esse amor também



Em breve vou embora,

Pra nunca mais voltar



Você diz que não sabe

Que não quer se arriscar

Mas teus olhos na multidão

Insistem a me procurar



Que pretendes com isso?

Confirmar que estou a te esperar?



Se perguntas se estou bem

Sim, estou meu bem

Mas há um grande porém



Quando digo que te quero

Não é para uma noite e nada mais

Não é para dizer que amanhã

Estarei ocupado demais



Só te peço querida

Siga aquilo que o seu coração

Sente quando me vê

Por favor, meu bem

Não me deixe

Partir nessa vida sem você