Sobre Hai-kais e Guernica

Quando comecei esse trem (para os amigos goianos e mineiros) ou essa parada (para os amigos da paulicéia) curtia muito escrever Hai-kais. Verdade que não publiquei nem metade das coisas que escrevi e que muitos se perderam quando meu antigo PC Pentium 5 (ahahah) fritou. Enfim...

Escrevi à época o que esse estilo de poesia minimalista significa, sua origem secular no Japão feudal etc e tal. A verdade é que existem diversas regras de estilo, métrica e inspiração que moldam um bom Hai-Kai. Honestamente não lembro direito quais são elas, mas posso dizer que não é mole escrever um bom Hai-kai puritano! Felizmente hoje em dia podemos perguntar tudo para o oráculo da sabedoria humana (aka Google). Se quiser descobrir, Google-it! 

Bom todo esse prólogo foi apenas para dizer que eu nunca fui muito chegado a certas regras. Acho que algumas coisas são (deveriam ser) simples: gostamos ou não gostamos. Muitas vezes não sabemos dizer o motivo. Apenas nos sentimos atraídos, sentimos simpatia, é algo que nos arranca alguma emoção, que não passa em branco. Outras vezes não gostamos imediatamente, até porque muitas coisas boas da vida não são tão óbvias assim. É preciso um segundo, terceiro olhar. Dar outra chance. Por mais que eu adore estudar e aprender sobre tudo que me desperta curiosidade, acho muito chato "precisar" conhecer um estilo artístico nos seus mínimos detalhes para poder concluir: realmente sob o aspecto da inclinação em tons diametralmente dissonantes o artista capturou toda a leveza e emoção do momento. Me desculpem, mas prefiro um adorei, curti, muito massa, legal, supimpa! 

E isso me remeteu a uma entrevista que li há muito tempo atrás onde Pablo Picasso desmentia todas as teses e interpretações de suas obras. 

 "Algumas pessoas, num certo período, chamaram meu trabalho de surrealista. Não sou um surrealista. Nunca estive fora da realidade"

Não encontrei a original, mas aqui vocês poderão ver que não é coisa da minha cabeça!